terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Detalhes tão pequenos... Mas importantes!!! O cronograma de pesquisa

O cronograma do seu projeto é algo que será super dinâmico que sem dúvida irá mudar no decorrer da sua pesquisa, ter altos e baixos, estagnar, acelerar... Enfim... Mas escrever o projeto é o momento de deixar essa dinâmica estática para que os avaliadores verem se sua proposta é coerente.
Mas por que?

O cronograma precisa estar alinhado com a sua metodologia, com o que a CAPES requer (relatórios) e ter brechas suficientes para as possíveis atividades/burocracias que a sua universidade irá requerer. Dependendo do país, da instituição ou do departamento, o momento da sua qualificação, avaliação continuada, entrega de relatórios será totalmente diferente. Por este motivo também, seu projeto tem que ter uma certa flexibilidade.

Esse é o modelo do meu projeto de doutorado. É óbvio que não é o ideal. É óbvio que ele já mudou.
Mas acho que serve para dar algumas ideias pra você fazer o seu!


Eu não considerei uma série de questões nesse cronograma. A qualificação é uma delas.
Também não considerei que o tempo da pesquisa de campo aí está surreal... Mas vejam bem:

  • É importante considerar que haverá a pesquisa de campo. Caso isso não se aplique ao seu projeto, ao menos calcular o momento da "coleta de dados" seja ela qual for, e mesmo que seja bibliográfica.
  • Logo, considerar o tempo da "análise de dados".
  • Dê tempo para as coisas que seu/sua orientador@ possa pedir.

É importante considerar a pesquisa de campo no seu cronograma para que no futuro, caso isso decorra alguma despesa a ser paga pela CAPES. Caso contrário, é possível que você tenha que passar por um processo mais demorado para esperar a aprovação do seu campo.

Gosto de considerar uma coisa que aprendi fazendo: o processo da pesquisa não se resume em ler sobre o tema, pesquisar o tema, analisar dados do tema.
O processo de aprendizagem vai além: garanta tempo para aprender as diferentes línguas, culturas, cenários, arte, que você pode se inspirar e trabalhar o intelecto.
Para alguns, bebida à base de cevada ou uva fermentadinha também pode funcionar.
Para outros, a igreja, o cinema, o teatro...
Já pra outros, tudo junto, misturado.

Seja como for, use o seu tempo para fazer o melhor da sua experiência do doutorado!

domingo, 16 de novembro de 2014

O Projeto - Doutorado CAPES

Desde o primeiro dia da faculdade, durante a graduação, sabemos que aqueles que querem dar continuidade na carreira acadêmica terão que encarar o desafio: escrever um bom projeto de pesquisa que convença a banca a te aceitar.
Há quem nunca aprende. Há professores que nunca conseguem explicar bem como fazer isso. Há alunos que nunca dão muita importância pra isso. Há de tudo.
Mas se você está pensando em fazer um projeto de pesquisa para solicitar bolsa de estudos de doutorado para CAPES, é importante que leve algumas coisas em consideração e leia esse post de cabo a rabo!

Independente da sua história de amor ou ódio com os projetos de pesquisa que precisou fazer no decorrer da sua vida, a verdade já foi cantada por Einstein tempos atrás: tudo é relativo.

  1. Depende pra quem você apresenta o projeto.
  2. Depende o tipo de banca que está lendo o projeto.
  3. Depende onde esse projeto será realizado.


Já voltaremos a falar disso. No caso mais específico em apresentar um projeto de pesquisa para o doutorado pleno no Exterior da CAPES, o lance é interessante. Lembre-se que seu tema é mega importante e super fantástico. Venda o peixe!

Ok. Agora, como fazer?
Não esperem receitas e respostas sobre estilos de escritas aqui nesse blog. Mas algumas coisas não são tão complicadas como parecem.
O edital da CAPES já apresenta o "esqueleto" de projeto que querem. Com base no edital de 2013/14, pedem um projeto escrito em "português, com no máximo 15 páginas, com cronograma do plano de atividades, incluindo a previsão de pesquisa de campo pelo período máximo de 06 meses e a infra-estrutura experimental ou laboratorial específica. Deve estar na fonte Arial, tamanho 11, espaço entre linhas 1,5" (http://www.capes.gov.br/bolsas/bolsas-no-exterior/doutorado). Aqui eles apresentam os itens OBRIGATÓRIOS do projeto. Seguem abaixo com alguns comentários:
  • TÍTULO - tente não ultrapassar 15 palavras ou 70 caracteres. 
  • INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA - apresente os conceitos e a venda seu peixe. 
  • OBJETIVOS com definição e delimitação do objeto de estudo;
  • METODOLOGIA - Informe se você tem a intenção de fazer pesquisa de campo e se isso requer viagem (custo). É melhor para facilitar o processo futuro, quando você for solicitar que eles liberem verba pra isso. 
  • CRONOGRAMA - não esqueça que você vai enviar relatórios periodicamente, o tempo de pesquisa de campo (se houver), sua qualificação, e entrega da tese uns 6 meses antes do final do doutorado (dependendo da universidade pra onde for, demora muito o processo de revisão da tese, agendamento para formar a banca, e é possível que a avaliação peça novas revisões para poder aprovar a tese. Final da história, se planeje antes e leve todas as variáveis em consideração!
  • BIBLIOGRAFIA - seja objetivo. 10 páginas de bibliografia pode ser muito.
  • JUSTIFICATIVA PARA INDICAÇÃO DA(S) INSTITUIÇÃO(ÕES) DE DESTINO NO EXTERIOR - Você precisa explicar o que essa universidade tem e uma no Brasil não tem. Afinal, por que você quer sair do país oras bolas? Aqui é bacana procurar a colocação da universidade que você escolheu no ranking de universidades do país ou do mundo. Busque informações sobre a história da universidade ou principais professores que trabalham lá.
  • JUSTIFICATIVA DA NECESSIDADE DE DESENVOLVER O PLANO DE PESQUISA NO EXTERIOR - atenção à estratégia que está no plano de investimentos: cooperação internacional, divulgação da comunidade acadêmica brasileira e suas pesquisas, criar pontes internacionais sobre temas de pesquisa que interessam o Brasil, etc. 
Então respondendo aqueles itens mencionados anteriormente:
  1. Você vai apresentar seu projeto para funcionários do governo. Burocratas. Siga o que está escrito no edital e você aumentará bastante as possibilidades de passar para as próximas fases de análise. Sim! Eles deixam claro que na falta de documentação, sua inscrição fica invalidada! Atenção!!!
  2. A banca será, sem dúvida, professores que a CAPES contrata para analisar os projetos (ou pelo menos fazia isso - procure online). Mas lembre-se que nem sempre eles serão experts na sua área. Deixe os conceitos bem explicados mas de forma objetiva. O processo também passa pelos funcionários que ficam no escritório esperando que você tenha obedecido as regras. Seja eficiente na escrita, não dê voltas, vá direto ao ponto! Você terá outras oportunidades para dar as voltas que quiser nas festas de forró que raramente terá tempo para ir!
  3. Esse projeto será realizado em outro país, certo? Mesmo que o campo seja em um país diferente, certifique-se que aquela universidade tem um/a professor@ que te oriente. Esse projeto (ou algo bastante parecido com isso) terá que ser aprovado na universidade internacional. Faça contato com algum professor da universidade de destino para deixar claro seus objetivos de pesquisa. Não precisa mandar o projeto inteiro até que vocês tenham uma primeira reunião. Não gaste seu tempo traduzindo isso agora porque de qualquer maneira alguma coisa do seu projeto irá mudar depois. Garanta apenas a transparência do processo com a universidade/orientador@ para que você não perca sua vaga, pois o projeto não está alinhado com o departamento de destino.

Não ultrapasse as 15 páginas e peça ajuda! Peça para que a sua avó (ou qualquer pessoa leiga no tema) ouça o projeto e veja se ela entende alguma coisa. Isso te ajuda a trabalhar uns conceitos que pra nós passa a ser básico. Peça ajuda para amigos e ao menos um professor. Revisão da gramática, formatação, conteúdo é fundamental. Aceite modificar algumas coisas. Seja flexível. 
Mas envie esses projetos com tempo. Não é só porque você tá pirando o cabeção que as outras pessoas tem que ficar sem dormir porque você enviou o projeto pra elas um dia antes do prazo final.

Evite deixar pra o último dia. Garanta que tudo foi revisado pelos outros uns três dias antes. Você vai ficar fazendo retoques depois. Divido com vocês a minha experiência:

Eu fiz o meu projeto durante todo o mês de novembro e dezembro. Nas férias do ano novo, olhava a praia pela janela. Mas gostava e tive prazer em fazer o projeto porque era algo que fazia muito sentido pra mim (em termos de objetivos acadêmicos e pessoais). O prazo era dia 31 de janeiro. A Elka me ajudou pra caramba com o modelo de projeto dela e trocar ideias pra construir os primeiros rascunhos. No dia 5 já enviei para 4 amigos, 2 professoras e fui lendo algumas coisas pra ver se minha mãe entendia a ideia geral (ela é musicista, não manja muito da teoria que trabalho e foi um ótimo exercício para eu manter as coisas num plano mais inteligível!). Um amigo (José Katito) me respondeu com alguns comentários num email de 10 linhas que me ajudaram muito a repensar o objeto de pesquisa. Outro amigo, Bruno Marco Cuer, fez uma revisão do tipo RAIO X, organizando as minhas ideias e associando alguns conceitos com bibliografias importantes. Trocamos mais de 15 emails e fizemos uma reunião por skype. O cara foi um anjo sociológico na minha vida! A Thalita (minha irmã) garantiu toda a formatação do texto, bibliografia e revisão do português. Uma professora não respondeu, e depois me disse que não teve tempo. A outra, Caroline Freitas, foi solidária e amiga: não me largou até que eu terminasse tudo. Chegou até a modificar frases e ordem de parágrafos, reuniões por skype, fantástica! Fantástica! No dia do prazo final, um amigo leu o projeto de lá da Bahia, Leonardo Nascimento e me ligou: "tá louca? Repense esse foco de pesquisa se você quer que o governo brasileiro te dê a bolsa". E duas horas antes do prazo final, lá estava eu fazendo as últimas alterações no projeto.
Nunca é cedo demais para começar a enviar o projeto pra a galera revisar. Eles demoram. O processo de amadurecimento do projeto demora. Não conte com o último segundo, e conte sempre com os amigos!

A ansiedade é normal. Leia o que for preciso e nem entre na paranóia de ler tudo. Você nunca vai ler tudo. Leia o essencial que vá te ajudar a formular uma boa pergunta e metodologia de projeto. Mas não entre em pânico e tente aproveitar um pouco. Enjoy the ride!

Para mais informações sobre o projeto, entrem em contato comigo ou deixem comentários!





domingo, 9 de novembro de 2014

Bolsista CAPES - Doutorado Pleno no Exterior

Se você foi aprovad@ ou está pensando em se candidatar para a bolsa de doutorado pleno no exterior da CAPES, eis algumas dicas que tenho pra você:


  1. Projeto pronto e revisado (tente pelo menos pedir para alguns amigos e professores darem uma olhada), com boa justificativa da escolha pela instituição onde você está indo.
  2. Teste oficial de proficiência no idioma do país que você vai. Faça isso o quanto antes! Será fundamental tanto para a avaliação da CAPES, para ser aprovad@ na universidade e para tirar o visto de estudante. Veja o exame oficial de proficiência que a universidade solicita e o utilize para enviar ao CAPES. Estude (se for o caso) para tirar a nota mínima!!! 
  3. Organizar os documentos para a universidade internacional: normalmente publicam a lista de documentos que precisam na página web. Se dizem que precisam de documentos com tradução juramentada, cartas de recomendação de alguns professores ou um exemplar da sua escrita GARANTA QUE VOCÊ FAÇA ISSO COM TEMPO. Pode demorar pra achar um tradutor, dependendo do idioma que precisar. Sabemos que os professores as vezes demoram pra responder (se respondem). E o processo de escrita nem sempre é fácil, principalmente se for traduzir ou produzir alguma coisa em um idioma que não é o "materno". Organizar a documentação pode ser cansativo e pode chegar a umas 10 coisas diferentes entre carta de motivação, plano de pesquisa, carta de intenção de professores, certificados, documentos pessoais, lista de habilidades em pesquisa, etc. Procure as universidades com calma, afinal, você tem uma chance de viver nessa cidade/país por 3-4 anos!!
  4. Envio da documentação para a CAPES: é simples e está muito bem explicado no edital. Você pode editar algumas informações até que a data limite para envio se encerre. Não é obrigatório que você tenha uma aprovação da universidade internacional durante o processo que avaliam seu projeto. Mas caso te concedam a bolsa, claro, você vai ter que garantir sua vaga. Esses dois processos (CAPES e Universidade) podem ser concomitantes. Não se afobe.
Ok! Maravilha... Lá pra abril você vai receber a resposta da CAPES. Pode ser um pouco antes, pode ser depois. Lembre-se que a CAPES faz as chamadas em listas e se você não estiver na primeira, pode ser que seu nome apareça na segunda ou terceira. Não se afobe!

Seu nome apareceu! Você vai ser muito bem informado pela CAPES quais os procedimentos que você precisa fazer para ser considerado um bolsista. Irão te mandar uma carta explicando tudo, uma carta que você terá que apresentar no consulado para tirar o visto e uma declaração de compromisso que você terá que assinar e enviar de volta para CAPES. Eles enviarão tudo isso pelo email e a versão original por correio com a assinatura em azul para o consulado. Nesse momento você já pode ir pensando no processo da retirada do visto, compra da passagem aérea e contato na cidade onde você vai morar para alugar um canto onde você vai precisar dormir e tomar banho (vida de doutorando não é fácil e às vezes nossa casa vira um "local de passagem"). 

ORGANIZANDO A IDA:
1) Visto
Dependendo da época do ano pode ser bem caótico esse processo. No meu caso, o visto para o Reino Unido foi super fácil. Todas as informações estão no site deles e demora umas duas semanas para sair. Informe-se sobre o tempo que leva para o visto sair para que você chegue com segurança na cidade. Considere que é importante chegar com pelo menos 5-7 dias antes das aulas começarem para que você conheça a cidade e tenha tempo para comprar o que precisa para a casa: edredon, lençol, toalha, cachecol, gorro e um bom casaco pra segurar o frio. Ah! E comida, claro! 
Separe uma grana, porque tirar o visto de estudante não é barato para nenhum país e a CAPES NÃO reembolsa esse custo!


2) Passagem Aérea

Normalmente a CAPES paga uns R$2000,00 pela passagem aérea. A minha grana chegou muito em cima da hora pra eu comprar a passagem e os preços já tinham subido um pouco. Se você tiver grana pra comprar antes, faça isso! E uma boa dica é usar o www.skyscanner.com para que te envie alertas de quando os preços da passagem para aquele trecho sofrem alterações. É uma boa forma de conseguir um bom preço!! Compre a passagem de ida e volta. Só de ida é sempre mais caro. Compare os preços porque normalmente vale a pena comprar as duas, assim você também garante uma visitinha pra o Brasil em algum momento. O abraço e a comida-conforto fazem muita falta quando estamos em terras distantes.

3) Onde Morar

Uma possível razão para você se afobar: Encontrar moradia!!!
Dependendo do país podem te pedir um "fiador" em algumas imobiliárias e a única alternativa que eles dão é pagar o aluguel do ano todo adiantado. Você não precisa fazer isso. Passa pra outra. Sempre tem algum site de aluguel de moradia. Caso sinta insegurança em fazer contatos com gente estranha do site, entre em contato diretamente com a faculdade e peça que te sugiram algum website de confiança. Normalmente já estão acostumados com estudantes internacionais e ficam felizes em ajudar. Peça sempre ajuda!
Procure fóruns de estudantes falando onde morar na cidade onde você vai. Isso é útil.

Repense se você realmente quer morar nas repúblicas universitárias que as universidades oferecem. O clima é sempre estudantil e você não vai viver muito com os "nativos" da cidade, os bairros e a cultura. Sugiro sempre que possível sair do círculo e viver um pouco mais o que aquele local oferece. Talvez no primeiro ano a república seja útil, mas repense se isso é o mais apropriado pra você: doutorando é algo mais do que apenas um estudante! Viva!
Na casa onde cheguei, não tínhamos talheres, pratos e nem panelas. Se liga nisso e pergunte antes para o dono da casa se esses utensílios básicos estarão lá. Alguns dizem que a casa está mobiliada e equipada, só que isso também é bastante subjetivo! 






4) Seguro Viagem OU Plano de Saúde?
Se você é um Ciências Sem Fronteiras pode ser que peçam para que tenha um seguro viagem, dependendo do tempo que você ficará no país. No caso da modalidade Doutorado Pleno no Exterior, leia bem no edital que dizem "plano de saúde". Não vai cair na lábia dos seguros de vida. Assim que você for aceit@ e a lista for publicada no site da CAPES, você vai receber um email de uma companhia chamada REAL (empresa especializada em Seguro Viagem). Vão dizer que pegaram seu email da plataforma Lattes e oferecer um SEGURO e não um PLANO DE SAÚDE. Atenção!!! Os seguros normalmente são caros, ainda mais se você pensar que será para todo o tempo que você estiver fora do país. O edital pede que faça um PLANO DE SAÚDE!!!!! Portanto, é bem fácil encontrar um plano de saúde BARATO para ESTUDANTE, uma vez que já tenha chegado no país de destino. Os preços podem variar de 200 a 700 dólares POR ANO e você pode escolher se quer plano dental ou não (pense nisso com atenção porque alguns sistemas de saúde pública não oferecem dentista pra fazer limpeza e essas "coisinhas" que brasileiros estão acostumados).

5) Viagem
Malas prontas? Festas de despedidas devidamente organizadas e bebedeiras/orgias realizadas? Abraços dados? Facebook atualizado? Bom, seja lá qual for a forma que você vai decidir/ decidiu se despedir, a verdade é que nenhum processo é definitivo. Tudo é passageiro e você assinou um contrato para voltar ao Brasil depois de 3-4 anos. Mas temos que encarar que esses serão anos dos quais sua produtividade, habilidades e treinamento que receberá serão fundamentais para o seu futuro. Aproveite.
  • BAGAGEM: é uma ilusão achar que as roupas que você tem são suficientes para 3-4 anos. Você vai comprar mais. Então não se preocupe em encher as malas. Desapego é a primeira lição que eu ainda não consegui aprender totalmente. Livros são pesados. Você também vai comprar lá. Desencana de levar tudo o que você tem. d.e.s.a.p.e.g.o: palavra-chave para fazer as malas e para despedidas dramáticas.  
  • PASSAPORTE BRASILEIRO: Fique sempre atento ao passaporte: o mais roubado no mundo porque qualquer um pode ter cara de brasileiro e fica fácil falsificar. Se liga no passaporte! Sempre perto do corpo até chegar em casa!!!! Até que você receba seu cartão de cidadania no país onde esteja, esse é o seu documento de identidade oficial para fazer qualquer coisa no país: desde entrar numa balada, comprar bebidas (em alguns países como no Reino Unido, alguns estabelecimentos só vendem álcool para maiores de 25 anos de idade), ou abrir uma conta no banco. Uma cópia do passaporte não será aceita nessas ocasiões. Organize-se e evite a lábia brasileira que eu tanto adoro: respeitemos as leis e cultura locais.
  • TICKET DE VIAGEM: NÃO JOGUE FORA!!!!!! Tire uma foto ou escaneie assim que puder. Você vai precisar enviar pra CAPES, junto com o seu passaporte carimbado provando a entrada no país e o contrato do seu plano de saúde para que possam liberar o próximo pagamento da sua bolsa. 
  • CHEGADA: Ao sair do avião, fique de olho na sua bagagem de mão. A galera afobada pode passar a mão nas suas coisinhas que comprou no freeshop. Assegure-se que você tenha dinheiro pra o táxi. Na chegada, evite dividir o táxi com uma pessoa estranha. Você está viajando com dinheiro vivo e malas cheias de coisas importantes e documentos. Segurança é o mais importante, mesmo que tenha que pagar um pouco mais e ao menos que já conheça a cidade e saiba circular por aí, lembre-se que por menor que seja o lugar, sempre há olheiros! E a simpatia de um brasileiro recém chegado e cheio de dinheiro vivo e coisas importante na mala é um prato cheio pra qualquer mal intencionado que você venha a encontrar pelo caminho.  Se você estiver com sono, uma dica meio brega, mas pode ajudar: amarre uma correntinha (discreta) na sua mala e sua mochila/bolsa ou até pulso para evitar que levem ou que você esqueça pelo caminho.

5) Estudante
Quando você chegar, vai ter que resolver algumas questões burocráticas na faculdade, assinar papéis, fazer a carteirinha de estudante, agendar a primeira reunião com orientador@s, organizar o plano de estudos e pensar quais disciplinas vai assistir (mesmo quando não obrigatórias), etc. É possível que nesse momento você entre em pânico. 
Eu entrei. Principalmente quando descobri que minha qualificação seria no próximo semestre, que eu tinha que escrever 5 a 10 mil palavras por mês, que a minha lista de leituras no semestre não chegava a tudo o que li no mestrado inteiro e que o meu plano de estudos entre disciplinas e treinamento era bem intenso. Tudo isso em inglês, perdida pelos mais de 90 prédios do campus, e sentindo fisica-emocional-psicologicamente as mudanças do clima, comida, água, cheiros, ambiente, cultura e ritmo de vida completamente. Nesse caso, o pânico é normal. Mas relaxa e aproveita a jornada! Olha pra janela pra ver a paisagem, se não a vida será terrível! Ache sua válvula de escape na bebida, fazendo amigos, conhecendo a cidade, meditando, decorando o novo quarto, ou no que quer que seja que te interesse. Mas tente sair um pouco de casa, ok?!
Ajuda se você tentar manter um pouco a organização das seguintes coisas:
  • Seu projeto de pesquisa traduzido para ser discutido com orientador@s
  • Procure onde fica o Departamento de Estudantes Internacionais da sua universidade. Eles sempre tem dicas boas. Alguns deles te dão chips gratuitos para celular já com alguns centavos de crédito para fazer chamadas internacionais (dá tempo de falar um "oi mãe! Cheguei, tô bem, comi bem, tô agasalhad@, manda um beijo pra todos! -fim dos créditos).
  • Caso a universidade não oferecer, peça para que algum colega do doutorado te mostre os principais lugares dentro da faculdade (o departamento, escritórios dos professores, onde comer, biblioteca, departamento de TI - você vai precisar!)
Uma dica básica: para os interessados nos gagets da Apple, há descontos especiais para estudantes no site deles até setembro. Os descontos valem a pena, principalmente para quem precisa de um notebook novo.

6) Bolsa de Estudos - BB das Américas
Esse cartão interessantíssimo chamado BB das Américas tem rendido reclamações de estudantes brasileiros no mundo inteiro!
Mas antes, o principal: desbloqueie o seu cartão e faça seu cadastro no site para conseguir controlar as informações do cartão (saldo, extrato, etc).
  • Saldo limite para saques por dia: 500 dólares. SEMPRE faça as contas de quanto isso representa na moeda que você vai usar. Leve em consideração que você NÃO pode tirar todos 500 dólares: tem que deixar um pouco para a taxa de saque que o BB das Américas cobra MAIS a taxa de saque da máquina eletrônica que você estiver utilizando. Como esse cartão vem da compra de um banco americano pelo Banco do Brasil, você só vai conseguir sacar sem taxas bancárias nos Estados Unidos. Legal né?
  • Informações: NÃO PERCA TEMPO INDO AO BANCO DO BRASIL. Os funcionários lá, por mais fofos e bem intencionados que possam ser, não tem informações oficiais de como essa bagaça funciona. Vale muito a pena usar o canal de informações telefônicas. Os caras te explicam tudo. Mas uma dica: anote suas perguntas antes, porque a chamada é cara pra c@£#$%&*. 
  • Uso limitado do cartão: nem todos os lugares vão aceitar a compra com o cartão do BB das Américas. É um saco!! Por isso é importante ter uma conta bancária no país de destino e manter uma grana nessa conta. Organize uma forma eficaz de pagar o aluguel, pode ser que você tenha que tirar um montante de dinheiro alto. Vai tirando pouco a pouco dias antes do vencimento do aluguel. Outra coisa: não dá pra fazer transferências bancárias (se souber de alguma informação diferente, posta nos comentários), se precisar disso há empresas que fazem isso por uma taxa bem mais baixa que o Western Union.

Boa sorte!!!

About Writing - well, critically and objectively: Some thoughts

07/11/2014

About Writing

I have been asking myself how to develop my critical writing in order to organise my intellectual skills between thinking, analysing and criticising. But first it is important to understand that there is a feeling of insecurity before that process. Such feeling is well based on a concrete foundation of years of formal education telling us -students- how great the authors are, how unreachable, how stupendous: everything we are not (also considering the same evaluation processes established to whole diverse range of students in terms of needs and time of learning, which is like a funnel that only a few will pass through). One of the most important Brazilian authors, Machado de Assis, said that the Brazilian Academy of Letters was an “ivory tower”, as they were the ones who would write the pages of history, while the history is made “outside”. The traditional way to look up great authors is how they are differentiated and classified.  And the gap between us and them increases inasmuch as we “learn” and develop our reading skills. 
At school, we learn how to write. But one thing is knowing how to write; another is to get our readers to understand us; another is to do a critical writing; and a whole other thing is to write well. 
But how to do a good critical writing? First we need to deconstruct everything we have learned so far about those we read. I will talk from the point of view of institutionalisation of writing. Of course I consider that families with libraries in their houses and easy access to books are deeply privileged and will create a total different environment to able someone’s writing. But the school is how we project our heroes systematically through the reading list suggested in the curriculum; through our teachers’ voices (who outside of the school is just a person, but inside it is a figure whose thoughts and knowledge have a different weight); on the corridors; and how/why some authors are selected on a specific date to celebrate a specific topic. I am not saying we should not value literature. I am criticising how schools do it.
The “boxes” we are putted in since our first year of school is already devastating to any teeny sparkle of creativity. Norms are imposed about what kind of handwriting we are supposed to have;  since kindergarten we are told the topic of our essays, and after a while we have difficulties to create our own topics whenever the teacher says “free topic”; two generations ago we could not even choose which hand to write with (it would forbid left-handed. I saw my grandfather shaking to write with his right hand, and whenever he would try to use his left hand his handwriting was difficult to read due to poor practice. It goes on with that idea that “at that age, she/he is supposed to be doing this or that”. Some schools have the concern to promote the pleasure of reading. For those that actually achieve that goal, the student is half way to a good writing. But the normativity goes on, and students are supposed to be autonomous writers by a certain age, when they reach a certain scholar year. If it was not for that, the name “late bloomers” addressed for writers after the “normal” age would not make much of sense. What is to be late bloomer writer, anyway? What age define that? Why? And why do we reproduce that? 
Those “boxes” made me believe that I would never play well the piano, because I started with twelve, and not three, as Mozart did. And I would never ride a horse for competition as well as those girls who were born in a farm (or had money to maintain a horse and ride it since she was a kid) - and even worse: to overcome the idea that riding a horse is also something that girls can do. I always felt “kind of” secure to write, until I started to write in a different language than Portuguese and that is when my writing style got confused: to build a whole vocabulary in English or Spanish about the concepts I want to use is challenging enough; but now writing in Portuguese and often getting puzzled with translations and “false friends” of the languages make the “ride” a more adventure, challenging and difficult task for me. At the end, I played the piano, rode horses and I am writing my thoughts right now. I know I could have been a great horse rider, not so great as a pianist because I am really not good at it. But the timing and the style depends on how we give our own “touch” in our own time. 
For me, it is very difficult to read Bauman. His paragraphs are way too long and sometimes I get lost with the way he presents his ideas. But I can not deny that his geniality is inspiring using the metaphor to explain how “liquid” our contemporary society is. It is also liquid the process of writing, an activity that demands some of our intellectual, objectivity, emotions, and so many other mixtures of feelings and thinkings that sometimes curdle our writing productivity. I can borrow one of his analysis on love, to understand the process of writing. He argues that nowadays everyone is concerned to master the technique, the performance, and that leaves no room (or time) for ecstasy. Writing may be painful or horrendous because before thinking in writing, it is important to “break some boxes”, the boundaries that has been thought since school, and going beyond techniques, vocabulary, grammar. Between the brain, arms, hands, fingers there are a whole process that requires freedom and concentration. The style and critical writing will depend on the familiarity we have first, with ourselves (what our ideas are) and then how we may relate with other authors’ thoughts. 

Although there is no recipe for a good critical writing, I find always helpful a mind map to organise the initial script and main concepts we cannot forget to write, and allow ourselves to choose our path along with the writing. No handcuffs, no boxes, and yes, some creativity. Making sure our readers will take more time thinking about what we have said instead of look up some difficult words on the dictionary. Moreover, in a political point of view, always remember that sociologists analyse the society, a certain group, or a small group of individuals. For whatever that is, I believe it is important to have solidarity on the knowledge we are producing and spread it as accessible and democratic as possible.

Katucha Rodrigues Bento ®

domingo, 14 de outubro de 2012

Ações Afirmativas no Brasil: vamos trilhando...

Agora sim começamos a falar de Ações Afirmativas de uma forma mais global (AA não é apenas cotas). Agora quero ver como ficarão as terras quilombolas, o sistema de saúde (principalmente para os falcêmicos)...
Estamos no caminho.
Gostei de ver.




http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1168874-dilma-vai-criar-cota-para-negro-no-servico-publico.shtml

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Pessoas com vidas interessantes

Minha irmã me enviou esta foto via facebook.
Eu li e me emocionei. Não apenas porque me retratei com o texto. Eu fui mais longe. Revivi em alguns flashs de cenas de como a minha vida foi uma montanha russa até hoje. Momentos de muita felicidade, fazer amigos, correr riscos, chorar e sair ilesa de situações jamais imaginadas. Me sentir uma vencedora por poder ainda estar viva, poder contar a minha história e ser dona dela! Ter a caneta para escrevê-la e fazer de tudo para agregar ainda mais gente, animais, natureza, sorrisos e coisinhas que acredito para transformar este pequenino universo em algo bonito de todos os dias!
Também me emocionei em ver o quanto a minha irmã me entende. E só esse pequeno detalhe de enviar este trecho de texto pra mim, mostra que também me apoia e me acompanha. De longe, mas sempre de perto!
Minha metade, minha jóia, minha irmã.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Independênica na Catalunha: CATALONIA IS NOT SPAIN

Antes de começar a estudar o tema de uma forma mais profunda sobre a Catalunha, eu já simpatizava com o tema da independência. 
Na verdade, o que mais me sensiblizava (e até hoje sensibiliza) é o tema de ser livre. As liberdades políticas também fazem parte de Direitos Humanos, da premissa do que é uma Democracia e, finalmente, de uma maneira de manifestar novas possibilidades de ter identidades múltiplas.
Estou pessoalmente agregada à estes temas, minha vida pessoal e profissional também. De qualquer maneira, não tenho a ousadia, muito menos a ingenuidade em reduzir a questão da liberdade às coisas belas da vida.
Os jogos políticos, fronteiras e demarcações delimitam e desenham nossas relações. No caso da Catalunha, tenho assistido atentamente aos passos do Mas. Ansiosa e desconfiada de suas intenções, torço (já que não voto, não sou considerada cidadã e tampouco tenho muito poder de mobilização desse tema por aqui) para que Catalunha consiga sua independencia e emancipação. Desejo este que estendo aos cidadãos do mundo como eu, e àqueles que estão em suas lutas individuais para consegui-lo.
FREEDOM.

Trecho do texto de José Manuel Pureza, sobre "Os dois motivos que podem levar à independência catalã".
Disponível no site: 
http://ponto.outraspalavras.net/2012/10/03/troika-possivel-independencia-da-catalunha/

"Irresponsabilidade política que o governo catalão sabe bem aproveitar. Ao assumir-se como porta-estandarte da bandeira independentista, o chefe de governo Artur Mas assemelha-se a Alberto João Jardim: confrontado com os resultados social e economicamente catastróficos da seu governo, marcada por uma estratégia de desmantelamento dos serviços públicos e dos direitos sociais, o conservador Mas acusa Madrid de ser um sorvedouro de dinheiro descontado pelos catalães que depois não investe em serviços e projetos públicos naquela comunidade.  Agitada pela Generalitat, a causa da independência é, mais que tudo, um desvio de atenção da deterioração social e econômica causada pelas suas políticas".