domingo, 21 de agosto de 2011

MY WEEKEND WAS JUST LIKE A FAIRY TAIL!

I met a Princess and a Prince at the city's tavern.

The prince soon went away with a motorized horse, and then, on the way to another tavern, I made friends with the Sleeping Beauty, who turns out to understand a lot about samba, jazz and some others black music (the topic of our debate).

After going in and out some taverns and having a great time with Sleeping Beauty and Rapunzel,Pinocchio decided to leave and with him, he also went with my black riding hood, my basket with all my life inside it!

Sleeping Beauty fell asleep, and I saw myself with Rapunzel on the street, scared, without any possibility to go home.

In this journey trying to find a safe place for the night, we found a Witch who made us try a very bad apple with a horrible taste of bad friendship.

Finally, we met the Princess, as scared as us because a big Bad Wolf had tried to eat her. And she didn't count on no hero or hunter to save her, but herself.

Finally, our Fairy Godmother took us into her safe and warm castle where we were very welcomed with smile and a nice bad to sleep.

The next day, still chocked with this episode, Rapunzel and I went to the unique and only person everyone needs: MOM!

And because I am only an ordinary, simple kind of girl, I have no prince or hero to watch my back. Better than that, I have a Spanish Mother, who happens to be more than a super hero in this epic!

With her help, I got back my black riding hood, with my basket and my life inside!

And not everyone will live happily ever after. But life goes on...

WHAT I HAVE LEARNED WITH THE LAST TWO DAYS:

1- Turns out SLEEPING BEAUTY is a charming boy;

2- Princesses don't necessarily need princes to rescue them. That what we may call: women's power.

3- We can find bad friends in every single corner in the world.

4- Having someone who cares about you is priceless. Even better when it is mixed with reciprocal love and respect.

5- Bad Wolfs are everywhere, there are more of them than heroes this days!

6- Rapunzel, Princess and Godmother rock!

7- There is no such thing as princes is real life (but I already new that!).

IF YOU FOUND YOURSELF IN THIS SMALL TALE, THANK YOU FOR MAKING MY LIFE FUNNER, HAPPIER AND... REAL!

keeping the smile...

keeping it real.

Peace, out!

Meu fim de semana foi como um conto de fadas

*Este conto "my weekend was like a Fairy Tail" Estará disponível neste blog com personagens mais abstratos e divertidos!*

Desta vez chego para fazer um update de notícias da vida privada.

Ainda um pouco chocada, relatarei os últimos acontecimentos desde a semana passada (13/08/11 – sábado).

Já fazia uma semana que o pai da família (daqui pra frente chamarei de “pai” ou “meu pai espanhol”) onde eu trabalho não voltava para a casa. Como uma Au Pair, para quem não sabe, a relação é bastante familiar e comunicativa (ao menos deveria ser assim, uma vez que se recebe uma pessoa de outro país que ainda está aprendendo a língua, cultura e mal conhece a região onde vive), eu já estava começando a me sentir bastante desconfortável em morar sozinha em um apartamento de 250m², cujo corredor me lembra o filme “O Iluminado”, sem notícias das pessoas da família e o mais importante: sem saber quando o pai iria voltar para que eu pudesse fazer os meus próprios planos. Também não havia recebido uma mensagem ou ligação telefônica perguntando sobre como eu estava ou se estava bem. Mesmo com quase nada de dinheiro, conseguia me virar com moedinhas de 1, 2 e 5 centavos que estavam pela casa.

Detalhe: eu não tinha dinheiro porque o pai saiu na semana anterior e me disse que não estava com o seu cartão de crédito. Me pediu dinheiro e eu lhe dei todo o dinheiro dos meus pagamentos anteriores, salvando apenas o que eu iria gastar naquela noite, já que ele me havia dito que me devolveria no dia seguinte. Ledo engano!

O final da história é que ele sumiu por uma semana e, finalmente na sexta-feira, o dia anterior ao fatídico 13/08, deixou uma nota de cem em cima da mesa, que eu só fui ver no sábado, depois de ir comprar pão com as moedinhas. Eu tinha gasto 2 euros no mercado e o caixa me olhava com uma cara de ódio, me fuzilando enquanto eu contava o meu pobre dinheirinho...

Bom, sábado saímos! Eu e Margarita (minha amiga, também Au Pair, da Letônia). Fomos a um show maravilhoso de rock, onde conheci todos da banda e me diverti muito com eles.

Ao pagar o primeiro drink com a bendita nota de cem, um estranho que estava ao meu lado fez um comentário “que rica estas!”. É lógico que eu fiz uma piada para arrematar dizendo que era o dinheiro para o mês todo ou algo assim e logo, por algum motivo que pode ter a ver com a minha dificuldade de não sorrir e de não ser simpática com as pessoas, ele quis nos “acompanhar” às seguintes baladas e bares que eu, Margarita e o cantor da banda, Adolfo fomos.

A última balada, dançamos muito, rimos muito, mas não bebi nada. Logo, sabia muito bem que a minha bolsa seguia protegida pela jaqueta do Adolfo, que a uma certa altura ficou com sono e resolveu ir embora. Foi aí que eu gelei! Se ele colocou a jaqueta pra ir embora, como a minha bolsa não estava aí? Quando me dei conta disso, o estranho veio se despedir para ir embora. Muito suspeito, eu vi que ele levava sua jaqueta na mão, mas não sei se levava mais alguma outra coisa...

Procuramos a bolsa por duas horas: a dona da balada, a garçonete e o segurança já sabiam meu nome e que eu havia sido roubada. Procuramos na rua, fizemos o caminho de volta e... nada! Nos vimos na rua, com frio, sem chaves de casa, sem dinheiro, sem meu documento (carteira de habilitação internacional). Então pensei: “tenho uma amiga brasileira que pode nos salvar!!!! Ela mora sozinha aqui perto e também tem o número de telefone do meu pai espanhol!”. Salvando os detalhes da conversa, mesmo eu pedindo pra ficar em sua casa, ela não podia porque teria que viajar na manhã seguinte e estava “acompanhada” em seu apartamento, impossibilitando a mim e Margarita de deitarmos na sala, no quartinho dos gatos onde havia dois colchões ou dar qualquer ajuda que não fosse o número de telefone do meu pai espanhol. Como eram 5h30 da manhã, resolvi não ligar para ele.

Margarita, por sorte lembrava o endereço de uma amiga do Taiwan, Diana. Ao chegar em seu prédio, encontramos na porta sua colega de apartamento que vive com ela. Essa garota, alemã, que mal fala espanhol, também estava no show de rock com nós, mas a um certo ponto havia sumido de mãos dadas com o baixista da banda. Quando a encontramos, ela estava aos prantos porque tinha sido levada para um lugar chamado “Papi chulo”, que não passava de um apartamento de um certo indivíduo (não vou declarar quem) que havia embebedado a garota com diversas outras intenções (os detalhes dessa história dão outro conto que um dia escreverei porque é muito engraçado e dramático!).

Subimos ao apartamento da Diana, que nos acolheu cheia de sono (e generosidade!). Neste momento já eram 7h da manhã, foi quando eu enviei finalmente uma mensagem para o meu pai dizendo o que havia acontecido comigo.

Dormimos. As 2h da tarde meu pai liga para perguntar o que aconteceu, reclamar por haver recebido uma mensagem as 7h e dizer que ele estava de férias e que era horrível ser perturbado com problemas como este.

Depois de ser roubada, deixada na rua pela amiga, ver uma colega que havia sido enganada por um homem considerado amigo e ter o meu pai reclamando porque eu estava levando problemas para ele, me senti o maior dos Seres menos importante do mundo, se é que algo assim tão contraditório possa existir!

Finalmente, depois de horas tentando, alguém atendeu o meu celular dizendo que havia encontrado na rua a minha bolsa e jaqueta em uma cidadezinha a 7 km de Vigo. Estranhissímo porque essa pessoa não quis se identificar e nem me encontrar para que eu lhe pagasse uma recompensa. Acredito que eu estava falando com o meu ladrão, o estranho do bar...

A esta altura eu estava em Sabaris, na casa da minha antiga família onde eu morava com a minha mãe espanhola, Ana. Ela sim é uma mãe, que está sempre se preocupando comigo, com o meu bem estar e segurança. Levou-me para buscar a bolsa e me dizer que poderia contar com ela para qualquer coisa.

Mais calma por haver recuperado tudo (menos o dinheiro, claro), estive ocupada durante a semana resolvendo documentação para enviar a Universidade de Barcelona. Mas a pena é que na quarta-feira cortaram a luz e eu não tinha mais nem como acessar a internet.

O pai só apareceu na sexta-feira para tentar resolver algo e logo saiu de novo, dizendo que podemos conversar na segunda-feira, já que ele estava muito apertado com sua agenda!

Me deixou dinheiro para resolver as coisas que precisavam ser resolvidas, como o banheiro que estava quebrado a dias e não podia nem tomar banho!

Ao menos as coisas que eu tenho que fazer eu faço bem, por isso, essa parte ao menos está perfeitamente em funcionamento.

Agora eu estou na casa da Laura, que é uma pessoa maravilhosa, que me acolheu em sua casa com o maior carinho. Cozinhamos juntas, saímos de balada juntas e hablamos.... inclusive da vida alheia, por que não?

Apesar de tudo, aprender de experiências como estas é sempre muito importante. Sobretudo quando se está em território estranho!

O primeiro que aprendi é sempre guardar o troco nos peitos!

O segundo é que brasileiro em país estrangeiros não são amigos verdadeiros (perdão, mas é a minha terceira triste história com brasileiros aqui! Assim não dá!)!

O terceiro é que homens solteiros com crise de meia idade existe em todas partes do mundo!

O quarto é que... viver as vezes dói. Mas isso eu já sabia!!!!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

TERRA DA GAROA: ETERNO RETORNO?

Depois de um tempão sem escrever, cá estou dando sinal de vida. Ou mais do que isso, de como está “sobreviver” no mundo velho.

No dia 24 de dezembro saio de São Paulo, TERRA DA GAROA, mas que fazia 28º para a Suíça, com suas lindas montanhas brancas de neve e os gelados -12 (depois fomos dar um passeio por Gruyere e fazia menos de 15 negativos!!!). A diferença de cerca de 40 graus não foi nada perto dos 180º de mudança de vida que eu tive indo morar na Itália como Au Pair, e visitando os mais diferentes lugares não só na Suíça e Inglaterra, como também na Inglaterra, França, Portugal e Espanha – a minha morada!

Vim para Espanha por motivos burocráticos. Mas o que me trouxe aqui também foi a empatia com uma família fantástica. Ana, a mãe, se tornou uma mãezinha espanhola para mim, de coração grande, mente aberta e cheia de receitas deliciosas. Fui Au Pair em sua casa durante 3 meses, dando aula de inglês para suas filhas adotivas: Marina, Umu e Marietu. Sim, são adotivas, e isso precisa ser dito porque isso faz da Ana uma mãe ainda mais interessante de se conhecer e aprender com ela. Cada uma delas vem de um país diferente: Marina, 17 anos, Nepal; Umu, 16 anos, (já vou postar, sempre me esqueço!); Marietu, 13 anos, Burkina Faso. A mãe, depois do divórcio com o ex marido, os filhos criados pela mãe solteira desde suas tenras idades, ela resolveu que seu trabalho e sua casa podiam sustentar e acolher mais gente para receber uma vida diferente, com educação e acima de tudo, carinho. Isso a fez adotar as pequeninas, que hoje são quase mulheres, independentes e cheias de personalidade. Me apeguei a essa família com muito carinho.

Sem contar que a casa fica localizada a 500 metros da praia, um lugar privilegiado onde eu via o maravilhoso pôr-do-Sol no mar da janela do meu quarto. Uma cidadezinha praiana deliciosa, a 20 kilometros da fronteira de Portugal e a 17 kilometros da principal cidade da região: Vigo. Um lugar apaixonante, onde todos se conhecem (o moço do carteiro lembra do meu nome, a mulher da cafeteria sempre me cumprimenta pelo meu apelido e o monitor da academia é amigo camarada a ponto de sairmos de baladas com as outras Au Pairs para se divertir e “emboracharse”!) e o cenário natural é simplesmente encantador.

Um dia recebi uma carta de uma universidade espanhola (uma das melhores na Espanha em Sociologia) dizendo que fui aceita para fazer o mestrado. De repente eu me vi já com uma dívida de uma matrícula com um valor razoavelmente alto, a necessidade de planejar a minha nova morada e arrumar um trabalho em uma cidade do outro lado do país.

Sem a menor idéia do que eu iria fazer, neste mesmo dia me aparece uma oferta de trabalho para ser Au Pair de um garotinho de 7 anos.

Sem dúvida, a Ana foi a primeira a saber e depois de uma conversa bem objetiva e sem rodeios, decidimos que eu me mudaria para esta casa e continuaria a dar aulas de inglês para as meninas. De repente, tenho dois trabalhos e um salário (juntando os dois, não daria um verdadeiro salário aqui na Espanha – mesmo com crise – mas ajuda!).

Então, três dias depois, seja por ironia do destino ou por uma simples trajetória até o objetivo final (o mestrado), venho parar em uma cidade conhecida como a “CIDADE DA GAROA”: Vigo.

O garotinho se chama Israel e o motivo de uma Au Pair com tanta urgência é para que se pai possa exercer de fato a guarda compartilhada que tem com sua ex-esposa. Encontrei Irra (seu apelido) carente, com muito carinho pra dar (me abraça sempre) e com um temperamento um pouco ansioso ou estressado... Nada anormal depois da separação tensa que foi a de seus pais. É um garoto muito divertido, viciado em desenhos na TV (muito apartamento, poucas brincadeiras de rua/ parque), que ama seus primos, não gosta de comida saudável e que agora se encontra encantado por mim!!!! =) E eu por ele, lógico! Me encanta as "pessoas pequeninas" (de estatura!!!)!

Depois de muitos me perguntarem: “como está a Itália?”, eu resolvi fazer um novo post nesse blog esquecido. Entretanto, pretendo escrever mais coisas sobre as minhas deliciosas aventuras por essa terra maluca, divertida, estressante, xenofóbica, e... cheia de humanos diferentes dos brasileiros. Afinal, até os brasileiros são diferentes dos brasileiros... ou não.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011



Paris com o Fred, 14, 15 e 16 de janeiro de 2011.

Chego em Paris em uma sexta-feira à noite, muito bem recepcionada pelo querido amigo Frederic Monie, um francês-cosmopolita cheio de bom humor e conhecimento pra dividir, dar e vender!

Todos esses atributos fizeram da viagem uma mescla deliciosa para conhecer a cidade de uma forma mais profunda, cheia de informações precisas sobre os lugares, costumes e política; mas também com ótimas doses de boa música e gargalhadas de doer a bochecha!

As análises sobre as relações sociais e os grandes problemas que as grandes metrópoles apresentam em suas devidas proporções saltam aos olhos de quem afia o olhar. Caso cont

rário, Paris será sempre linda, charmosa e ponto final. A imigração, intolerância, pobreza e diversas outras variantes têm gerado conflitos turbulentos e sérios. Coisas que não acompanhamos nos jornais, e que eu não pude ver em apenas um final de semana. Falo através de um ponto de vista cru, um pouco sem sal nem maturação, mas certamente um ponto de vista que pode perceber que estamos produzindo um mundo globalizado, que ao mesmo tempo que une, impõem padrões, criam novos obstáculos sobre o que é um mundo de fato global.

Cor da pele separa. Mas quem tem a mesma cor de pele e não fala a mesma língua, separa. Religião sempre separou. Habitação é separada por zonas. A informação do seu documento: sua o-r-i-g-e-m, separa. E por aí vai. Variáveis que “não se combinam” seguem o fluxo atormentador da cidade, que garante o seu movimento pelo nosso tão bem afiado “blasé”. Se não fosse por isso, haveriam mais “acidentes humanos” nos trilhos de trem parisienses (uma das cidades com índices altos de suicídio em linhas de trem/metrô. “Acidente humano é o termo utilizado pelos operadores das companhias justamente para livrar a culpabilidade da companhia por qualquer atraso causado). Desolé¹... O pedido de desculpas à francesa para absolutamente tudo: desde o atraso do metrô até a palavra que irão usar no velório do suicida; na falta de um produto na loja, até o esbarrão da mala de um transeunte (ver abaixo) em você, sinto muito... “É POR ISSO QUE FRANCÊS É UM POVO DESOLÉ”. Essa foi a primeira pérola de sabedoria apresentada pelo Fred logo no início da viagem, quando falávamos dos conflitos sociais enquanto ouvíamos um “jê suis desole”, já que não haviam mais taxis para sair do aeroporto após as 11 da noite...

Mas graças ao nosso espírito blasé, sabendo parcialmente de tais atrocidades que o preconceito, racismo, xenofobia, intolerância religiosa, etc causam nesta vida citadina, fomos almoçar em lugares deliciosos. Experimentei o escargot, um aperitivo nota 10, seguido de pato e cordeiro. Tudo acompanhado com um vinho muito bom e das bem humoradas pérolas de sabedoria do Sr. Monie: “AQUI NA FRANÇA NÃO TEM VINHO TINTO RUIM. NEM MENDIGO TOMA VINHO TINTO DOCE!”. Provo e aprovo.


O outro cardápio fabuloso foi em um restaurante Senegalês. Aaahhhh!!

O lugar é uma simpatia. Logo na entrada havia um homem cheio de sorrisos para nos receber. Chegamos cedo, pudemos escolher o lugar, mas quando saímos já não haviam mais cadeiras!

Um ambiente que parece mais a sala de jantar de uma avó: móveis de madeira, um dos bancos para sentar era coberto por um tapete (!!!), frutas e flores artificiais por toda parte, principalmente girassóis, um único cabideiro para pendurar os casacos – o que deixou uma senhora francesa muito incomodada com a chegada de um bando de brasileiros espalhafatosos que puseram o seus casacos sobre o dela, amassando drasticamente a sua preciosa vestimenta. O sábio Fred não se indispôs e soltou mais uma das suas pérolas de sabedoria: “não tirem os casacos. Quem não sabe conviver que se incomode!”. E assim nos acomodamos, afinal de contas, estávamos adorando com-viver naquele lugar. E saborear também: como entrada comemos banana frita com molho apimentado (delicioso!) e uns bolinhos de peixe que o Fred lembrará o nome. Pratos principais: cordeiro ao molho de amendoim, frango ao molho de limão bem apimentado, e um peixe cozido. Tudo acompanhado de dois tipos de arroz, um deles era picadinho feito com um molho vermelho.

Uma beleza de sabor, preço e atendimento. Sim, o atendimento poderia ser melhor (ainda mais para os parâmetros brasileiros de simpatia, agilidade e prontidão), se não fosse o atraso do meu suco de flores e o peixe ter sido servido morno (definitivamente não estava quente).

O lugar?

Restaurant Le Nioumre – Le meilleur dês saveurs africaines.

7 rue dês poissonniers 75018 – Paris

Mº Chateau-rouge ou Barbès

Tél: 01 42 51 24 94

Email: nioumre@hotmail.com

Andar de metrô em Paris é fácil. E não é. O serviço é muito bom, mas sempre tenha um mapinha em mãos, pois existem muitas possibilidades de fazer baldeação, o que também te permite dar voltas e gastar um tempo desnecessário.

No transporte público foi interessantíssimo perceber como os rostos, tonalidades e diferentes línguas se modificam na medida em que você passa próximo a determinados bairros. A constante sutilmente percebida pelo amigo cosmopolita foi que a cada 10 pessoas que estão no metrô, ao menos 7 irão portar uma mala. “Por isso que parisiense é um povo mala”, diz o Fred, com o seu humor ácido.

Os principais pontos turísticos de Paris fomos sempre à pé. Os pontos não tão principais, fomos à pé. No pior das hipóteses em relação à distância, andávamos algumas estações de metrô (para o meu consolo!).

É importante dizer que Fred acabara de chegar de uma viagens de semanas por vários lugares da África (não saberei exatamente os nomes das dezenas de lugares visitados por esse viajante), mas ele estava ligado no 220 wtls, certamente com os músculos tonificados e uma energia invejável. Já eu, acabara de chegar na Itália, depois de uma temporada de engorda na Suíça, conhecendo queijos, vinhos e chantilly com o dobro de gordura! Percebem o meu desespero? Acho que depois de tudo isso, um nervo do meu tornozelo saiu do “eixo” e tenho sentido dores estranhas...

Bom, na melhor das hipóteses, fiquei muito treinada para os dias que seguiram em Bergamo, Milão e Veneza. Minhas empreitadas autônomas.

Ainda em Paris, tudo com o sabor da descoberta, apesar de ter sido a segunda vez na cidade. O encontro dos amigos, fazer novos amigos, comprar uvas de madrugada na rua, encontrar um barzinho de jazz no sábado à noite e um café delicioso próximo ao Sacré Cceur num final de tarde do domingo... Sou contemplada!

Seguindo um exemplo de Bergson para explicar a vivência da filosofia, Manuel Garcia Morente escreve:

Uma pessoa pode estudar minuciosamente o mapa de Paris; estudá-lo muito bem; observar, um por um, os diferentes nomes das ruas; estudar suas direções; depois, pode estudar os monumentos que há em cada rua; pode estudar os planos desses monumentos; pode revistar as séries das fotografias do Museus do Louvre, uma por uma. Depois de ter estudado o mapa e os monumentos, pode este homem procurar para si uma visão das perspectivas de Paris mediante uma série de fotografias tomadas de múltiplos pontos. Pode chegar, dessa maneira, a ter uma idéia bastante clara, muito clara, claríssima, por menorizadíssima, de Paris. Semelhante idéia poderá ir aperfeiçoando-se cada vez mais, à medida que os estudos deste homem forem cada vez mais minuciosos; mas sempre será uma seimples idéia. Ao contrário, vinte minutos de passeio a pé por Paris são uma vivência”. (M.G.Morente, 1943).²

Eu vivi Paris.



NOTA 1: désolé : 17 synonymes.

Synonymes accablé, affligé, attristé, chagriné, confus, consterné, contrarié,déchiré, désespéré, éploré, inhabité, navré, peiné, sauvage, stérile, tourmenté,triste.

Tradução: 1. (apparence) desolado; árido 2. (état émotionnel) angustiado; aflito; agoniado 3. (lieu) desolado; deserto

4. (sentiments) desolado; desconsolado; inconformado; inconsolável 5. (conduite) envergonhado; desconcertado; desconfortável 6. (chagriné) aflito; perturbado; desolado

7. (conduite) sinto muito; desculpe

FONTE: www.dictionarist.com (02/02/11)

NOTA 2: Leitura do Livro “Fundamentos de Filosofia”, de 1976, da Editora Mestre Jou – São Paulo. Este livro era da minha avó Magdalena, que agora está amarelado e com alguns furos de traça. Estou lendo com gosto, vendo os pequenos “x” que ela marcava as partes que achava importante do livro, as minhas anotações de faculdade e, na contra capa, a minha letra “da vó Magdalena Gentille Rodrigues – 2000” e a escrita de minha mãe “Katucha”, que encapou o livro com um (cafona) plástico azul, que não tenho coragem de trocar!!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Começando!

Olá!

Finalmente decidi utilizar o blog para falar das coisas que penso, percebo, e o mais importante: acho. Porque certeza mesmo, eu não tenho nenhuma.
Quando eu tiver, escrevo um livro... Ou não! Porque aí a indústria editorial é super complicada, os impostos são altíssimos, a grana não vai valer a pena e o preço ao consumidor vai ser inacessível. Digo consumidor os caras que estão a fim de "consumir" idéias (se é que podemos chamar assim os interessados em leituras, informações) de uma forma mais livre. Eu quero que meu interlocutor seja uma pessoa de idéias! Pra trocar, pra crescer, pra aprender, mas não pra vender.
Por isso o blog.

Mas antes de tudo, caro interlocutor, é importante dizer que não tenho um tema em mente para que as idéias apareçam. E nem periodicidade. E nem critérios. Ou pudores! E pode ser que você já tenha recebido um email meu com palavras semelhantes (acho que eu quero fazer um bem bolado com algumas descrições de viagens!), mas sempre tenham certeza: "palavra copiada é palavra citada!". Assim aprendi com minha irmã, a Thiti, e assim que eu acho que fica mais fácil trocar as idéias e saber onde achar depois, caso você também queira citar, ou acrescentar nos comentários, ou enviar pra alguém, e assim por diante!

Bom, me coloquei a missão de publicar um blog desde o ano passado, e como "missão dada é missão cumprida" (Tropa de Elite, 2007), aí vai!

O meu primeiro tema será sobre mim. Tenho ainda muita dificuldade em achar que o que eu escrevo é interessante, ou bom, ou que tem conteúdo. Por isso o tema que mais me deixa confortável em comentar sou eu mesma e também facilitará a minha relação com você, meu/minha car@, evitando quaisquer mal entendido sobre a autoria do presente blog. Sim, a autora é a Katucha e falarei sobre ela, ou melhor, mim. Eu. Mas isso não significa que eu esteja em algum tipo de zona de conforto, afinal, estou abrindo o blog falando EM PÚBLICO, da minha pessoa para quem quiser ler!

Meu nome é Katucha

Há quem diga que os nomes dirão muito sobre quem você é.

Há pais que escolhem os nomes da sua prole acreditando nisso.

Mas sabemos que nem sempre quem há de ter nomes bíblicos darão bons carneiros, ou os nomes inspirados na mitologia darão boas personalidades, ou ainda, os nomes dos grandes intelectuais serão, minimamente, “inteligentes” (em um próximo artigo articularemos algo sobre inteligência).

Prova estar é: chegue em um Jardim de Infância e pergunte pra professora: “Quem é o mais peste/ atrevido?”. Ela vai ter na ponta da língua alguns nomes: “Rafael, Gabriel, Miguel...” (tudo nome de “anjo”).

Mas também não vamos radicalizar... Isso não significa que essas criaturas serão a frustração dos pais, mas que não são anjos... ahhh não são!

Da mesma forma que eu não faço a menor idéia do motivo pelo qual meus pais escolheram o meu nome. Quer dizer, minha mãe escolheu. Meu pai concordou. Pior ainda! Como concordar com a sua filha chamando para o resto da vida um nome sucetível a piadas, apelidos, codinomes e brincadeirinhas que só poderiam causar o trauma, a infelicidade e o vexame para um ser que logo nasce e, até aquele momento, sem erros cometidos para merecer logo de cara um castigo!

Katucha. Foi esse o nome escolhido e acordado. Katucha. Ka-tu-cha. K-a-t-u-c-h-a.

Katucha? Mas é nome? É a primeira pergunta sempre que conheço alguém. É a primeira pergunta quando vou fazer alguma compra em meu nome. É a primeira pergunta quando conheço um gatinho na balada...

Normalmente depois disso existem mais duas variáveis: a da dúvida e a da afirmativa.

A da dúvida é sempre questionando a veracidade da informação que eu passei: “meu nome é Katucha”. “Nããão, isso é apelido!”. Aí toca a Katucha pegar um cartão de crédito, carteira de motorista, RG (tudo vai depender também da circunstancia, do contexto, e o mais importante: se a pessoa vale o trabalho!). Provada a veracidade do nome, podemos também seguir para a próxima variável, que não é excluída só por causa desse episódio.

A segunda variável é a pessoa dizer: “Aaaahhh que legal. É um nome diferente”. Ou seja: tudo o que ela quis dizer é que seu nome é feio pra cara...mba, que ela nunca ouviu uma coisa parecida na vida e é estranho só de ter que dizer isso em voz alta.

A terceira variável que também tem a ver com uma afirmativa é: “Aaaahhh Katucha! Eu tenho uma amiga que se chama Katiuska (ou Kalisha, ou Kashusha, ou Sasha, ou Miucha). “Aaahh jura? Que legal!”. Eu polidamente respondo. Mas a verdade é o que passa na minha cabeça: “E DAÍ QUE VOCÊ TEM UMA AMIGA???”. O nome não é parecido com o meu, as vezes nem rima com o meu, as vezes nem é igual ao meu.

Se você se chama André e eu tenho um amigo que se chama André também, eu não preciso falar.

Se você se chama André e eu tenho um amigo que se chama Andrez, eu também não preciso falar.

Se você se chama André e eu tenho um amigo que se chama Thiago, eu também não preciso falar.

E sabe por quê?? PORQUE NÃO INTERESSA!!!

A menos que exista uma história, e que essa história seja boa, e de preferência me faça rir. Caso contrário, o fato de você ter uma amiga, cujo nome começa com a letra “K” ou faz com que você lembre o meu nome com mais facilidade o problema, ou a solução, é só seu. Única e exclusivamente seu! Portanto, guarde pra si.

Este é o primeiro desabafo sobre como eu NÃO ME INTERESSO em nomes que as pessoas acham que são semelhantes ao meu. Pronto. Falei!

Agora eu vou divagar sobre a minha primeira frase deste post em relação aos pais acreditarem que o nome vai dizer muito sobre quem você é. Essa é a mais pura ingenuidade que os pais tem de acreditar que um dia isso será possível. Não vou fazer explicações dos casos de conhecidos meus para não queimar ou expor os meus comparsas e amigos! Mas irei falar sobre mim, já que acho que é um dos melhores exemplos que existem na face terra.

O meu nome é Katucha. Katucha é um nome russo. Segundo pesquisas no Google e conversas com uma russa (nativa), Katucha é o derivado do nome Kátia. Kátia significa pura; Katucha significa pureza.

Antes de a gente começar a fazer piadas sobre o fato de eu ser ou não pura, vamos além dessa problematização pífia, que normalmente é guiada pelo fator sexual, cujo qual não abordarei – aguardem cenas do próximo capítulo. A pergunta é: no significado do nome, o que é pura? Eu tomei a liberdade de dar algumas alternativas, já que o nome é meu:

a) A pura cachaça;

b) A pura felicidade;

c) O puro bom humor;

d) A pura simpatia;

e) A pura teimosia;

f) A pura ironia;

g) A pura perversidade;

h) A pura crítica;

i) O puro orgulho;

j) A pura criatividade;

k) A pura brabeza;

l) A pura romântica;

m) A pura quersempreestarcertaenãodesisteatévocêconcordar;

n) A pura loucura;

o) A pura impulsividade;

p) A pura ginga;

q) O puro charme;

r) A pura rigidez (principalmente consigo);

s) A pura sinceridade;

t) A pura mão feia;

u) O puro sorriso;

v) A pura manteiga derretida;

w) A pura guerreira;

x) A pura pândega;

y) A pura vaidade;

z) A pura meiguice...

Como podem perceber, a lista acabou porque o alfabeto acabou. Minha irmã, a bibliotecária Thalita (essa tem um nome normal, vai entender! Era pra ela se chamar Miucha, ou Katiuska!!!) me ensinou que depois do alfabeto podemos adicionar outras letras ou números, mas acho que até esse ponto vocês conseguiram entender o meu ponto de vista.

Selecionei algumas características que eu acredito (e já me falaram, também) que façam parte da minha personalidade. Sim gente! Faltou um monte de coisa, mesmo! Mesmo as ruins. Fiquem à vontade para inseri-las nos comentários!!!

Acontece que independente do que seja puro, eu não sou nada disso no puro do seu significado. Entende? Então, antes de qualquer coisa, eu não sou pura em nada (nem nisso aí que você tá pensando, seu mente suja). Olha lá... Já coloquei “seu” mente suja direcionando aos homens, como se as mulheres não fossem pensar nisso! São elas que já devem pensar “xii... essa devassa!!”. Mas a verdade é que a pureza não existe.

O meu trauma foi quando eu descobri que nem a Ciência é pura. Oh!!! Depois desse choque, você pense o que quiser sobre o significado da palavra Katucha.

O que esse significado traz pra minha vida? Isso mesmo. Nada!

Mas minha mãe achou bonito e até hoje é o nome que eu aprendi a gostar e a falar sempre que me perguntam, afinal de contas, se não acreditou é porque eu provavelmente nunca mais vou te ver, então... Tchau!


Mas aí a questão do nome começa a ficar mais complexa quando a gente torna o nome parte da identidade das pessoas. Aí sim começamos a reiterpretar nomes, recriar personalidades e fazer daquele nome, seja lá qual for ou quantos deles existirem no mundo, um nome só nosso, uno, verdadeiro e... puro!

Como supracitado, meu nome é Katucha. Nome russo. Pureza. Escolhido pela mãe. Concordado pelo pai.

Só que dentro do contexto, eu recriei a história para o meu nome a partir da história da minha família, que foi contada pra mim pelos meus avós, repetida pelos meus pais, e com umas pitadas de inventanças de alguns tios engraçados.

A minha mãe tem sua família materna italiana, e família paterna portuguesa. Ninguém é original, porque já os meus avós nasceram no Brasil. Isso significou que nem a cidadania européia pra ter um passaporte com maior liberdade de ir e vir eu pude ter. Mas a carga cultural foi legal. Sempre que dava era macarronada ou lasanha ou pizza feita na casa da minha avó com todo mundo gritando (a maioria das vezes brigando, normalmente porque alguém roubou na tranca). Sempre que dava, tinha alheira ou bolinho de bacalhau ou bacalhau (essa culinária já não era muito habitual porque minha avó, nada matriarcal, proibia meu avô de cozinhar! Ver o convívio dos dois era uma montanha russa de emoções!).

A família da minha mãe foi sempre matriarcal, erudita, dramática, sempre falando alto cheios de gestos e sinais, sempre se reunindo para as festas. Até que um dia, não se reuniram mais.

O meu pai tem uma família de negros. Isso é muito importante dizer para que seja mais fácil de entender que boa parte de sua história foi perdida. Os pais dos meus avós ainda viveram durante o período da escravidão. O importante disso é que a família do meu avô era da Bahia a família da minha avó “sempre” foi do interior de São Paulo.

Meu pai chegou na cidade grande com 17 anos. Um negão sarado (e mantém o mesmo corpo em um conservante muito bom chamado “melanina”, conhece?), cuja família não muito barulhenta, nem muito briguenta que faz uma das melhores comidas que eu já provei e, diferente dos saraus de piano e músicas eruditas que minha avó promovia, sempre gostaram de música caipira e de vez em quando de um sambinha do tipo Alcione ou Eliana de Lima. Não cresci junto a minha família paterna, quanto na materna. Até que um dia, depois de crescidos, a gente não se larga.

Não precisa estudar muito para saber que o Brasil construiu uma história com base em algumas dessas “figuras” que eu apresentei como a minha família.

Italianos, portugueses, negros...Katucha. É... meu nome é a síntese do Brasil. É a síntese da mistura, do preto com o branco (no meu caso). Uma coisa tão comum pra um nome tão diferente. AMO MEU NOME.

Katucha.